26 novembro 2009

"Uma anomalia: Kurt Cobain" por Vítor Belanciano

Este post inclui o vídeo de "Territorial Pissings" dos Nirvana, gravado no programa de Jonathan Ross (Channel 4) em 1991.

A reedição de Bleach  (1989) e o lançamento do DVD Live at Reading, que já aqui mereceram posts anteriores, deram o mote para vários artigos da revista Y da semana passada, entre eles este excelente texto de Vítor Belanciano, cuja leitura se recomenda vivamente. Para ler seguir a hiperligação acima ou clicar aqui.


Uma ideia perpassa o artigo: a incorporação do alternativo e do oposicional por parte do dominante, do sistema, e a consciência crescente que Kurt foi tendo da impossibilidade (powerlessness) de oposição e resistência, de todo e qualquer controlo, colocaram-no num beco sem saída, sendo o suicídio a afirmação derradeira da rejeição e da sua recusa de tomar o lugar que a engrenagem lhe tinha atribuído. Tentativa infrutífera, de que a nova edição de Bleach, o lançamento do DVD Live at Reading, e a contínua popularidade de Kurt e da banda são a prova viva...Kurt continua no beco, como todos nós...


Os Nirvana constitutem sem dúvida o exemplo limite da tensão permanente entre as formações musicais alternativas e o mainstream que as 'absorve' assim que atingem um determinado patamar de popularidade, apropriando-se delas, independentemente da sua vontade e dos seus esforços de resistência, incorporando-as na lógica comercial e neutralizando o seu cariz oposicional.


E como Kurt esbracejou...


"Interpretou os princípios da contracultura, acreditou neles, excessivamente. Sofria de sobre-identificação com a ética punk-rock. Foi ultrapassado pelos factos. Via-se como criador alternativo mas os seus discos vendiam milhões. Em parte, por ele, música antes encarada como difícil foi cunhada e vendida às massas como "grunge"." (Vítor Belanciano, artigo referido).


Outro exemplo, referido por Mário Lopes, no artigo "Antes da Tempestade", do mesmo número da Y:


"(...) convidados para um programa familiar, ainda em Inglaterra, ouviu-se o apresentador anunciar ao público de senhores e senhoras de meia-idade os Nirvana e o seu novo single, "Come as you are". Acto contínuo, a banda atira-se a uma feroz interpretação de "Territorial pissings", a mais curta e mais agressiva canção de "Nevermind", culminada com a destruição dos instrumentos em palco."

Para ler o artigo clicar aqui.

Fica então essa interpretação transgressora de "Territorial Pissings" no programa televisivo de Jonathan Ross, Channel 4, em 1991. Para ver até ao fim...

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