(Bob Dylan por Barry Feinstein, Inglaterra 1966)
Mais de 4 décadas nos separam do momento em que a objectiva de Barry Feinstein captou esta imagem icónica de Dylan, o rebelde americano, o porta-voz de um movimento contracultural que começava a sacudir os EUA e que se estenderia à Europa. Temas como "Blowin' in the Wind" e "The Times They are a-Changin'" tornaram-se hinos de causas anti-militaristas/pacifistas e de defesa das liberdades civis. O cariz transgressor de Dylan estava presente também na sua questionação e subversão das convenções da música popular da época, apropriando e experimentando a partir de vários géneros e tradições musicais de várias proveniências.
A idade, o sucesso, a respeitabilidade que a inclusão no mainstream inequivocamente operou, fazem com que olhemos para este Dylan transgressor como algo que existiu num passado longínquo, e que está hoje morto e enterrado. Se tivéssemos ainda algumas dúvidas, bastaria visionarmos o vídeo promocional da marca de lingerie feminina Victoria's Secret, em que Dylan participa (e que se encontra num post da semana passada, aqui).
Não deixa por isso de ser algo espantoso que o ministério da cultura chinês tenha proibido os concertos que Dylan se preparava para dar em Pequim e Xangai, no âmbito da sua Never Ending Tour (que dura desde o final dos anos 80), em grande medida devido ao seu inconformismo e rebeldia passados. De acordo com a notícia do jornal britânico The Guardian, (ver notícia aqui) a proibição de concertos de bandas estrangeiras por parte do autoritário governo chinês agudizou-se desde que a cantora islandesa Björk cantou "Tibete, Tibete" após a interpretação do tema "Declare Independence" (Xangai, 2008).
E aqui fica o vídeo em que Dylan e Baez interpretam, na década de 1960, "Blowin' in the Wind", um tema que questiona o status quo social e político vigente, e que teve origem numa música tradicional dos escravos americanos intitulada "No More Auction Block".
Para relembrarmos a necessidade premente de causas sociais e políticas comuns e o papel mobilizador que a música indiscutivelmente desempenha.
Para relembrarmos a necessidade premente de causas sociais e políticas comuns e o papel mobilizador que a música indiscutivelmente desempenha.
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