(Johnny Throttle, foto: http://www.myspace.com/johnnythrottle000)
Depois de uma paragem forçada, o A Crack in the Cloud regressa à actividade blogosférica, impondo-se, apesar de indubitavelmente extemporânea, uma obrigatória menção aos Johnny Throttle que, como atempadamente noticiado, regressaram a Portugal, quase um ano volvido desde a sua estreia em território nacional, para três concertos no norte, centro e sul do país.
O A Crack in the Cloud marcou presença no concerto de Lisboa, realizado a 1 de Abril, no Metropolis, e as impressões colhidas não podiam ter sido melhores, confirmando o entusiasmo e as expectativas positivas com que tínhamos recebido o EP Stükas Über Shoreditch (2009) e o subsequente 7" "Sick of Myself/Job in the City".
Não obstante o considerável atraso da actuação dos cabeças de cartaz, especialmente penoso a uma sexta-feira, e de uma escolha a nosso ver muito pouco acertada para banda de abertura (Sick Strippers), o concerto valeu bem o esforço. Pareceram 15 os cerca de 45 minutos que durou a - verdadeiramente explosiva e meteórica - actuação dos Johnny Throttle. A discografia, ainda que limitada, está recheada de temas emblemáticos, de um punk simples, directo e muito eficaz, não só no registo gravado como ao vivo, onde o impacto é exponencialmente multiplicado.
Para tal contribui não só a sonoridade poderosa como a postura da banda em palco, com particular destaque para a figura ímpar e quase indescritível de Afonso Pinto (aka Johnny Quid), que imprime uma dinâmica no mínimo sui generis ao espectáculo.
Tentar descobrir onde Afonso estava ao longo do concerto foi uma experiência reminiscente dos livros infantis "Onde Está o Wally?": desde o início, e ao longo de toda a performance, o vocalista esteve maioritariamente na plateia, lidando com um à-vontade surpreendente com a tarefa hercúlea de cantar e ziguezaguear incessantemente por entre uma plateia não só compacta como também ela bastante animada, agitada e empenhada em participar activamente na função.
Foi num ambiente verdadeirante alucinante e incendiário, marcado por uma participação muito activa de um público claramente conhecedor e apreciador da sonoridade da banda, que desfilaram - num ápice - as excelentes malhas dos Johnny Throttle, com particular para algumas das nossas favoritas - "Stükas Über Shoreditch", "Job in the City", "Public Retard", "City of Dirt", "Looking at You",...
Em suma: um excelente concerto, uma performance marcante, e cá ficamos a torcer pela afirmação dos Johnny Throttle além fronteiras e pelo seu regresso em breve a Portugal. As próximas actuações da banda estão agendadas para os próximos dias 6 e 21 de Maio e 11 de Junho (esta última com Discharge, English Dogs e Sick on the Bus), em Inglaterra.
A noite de música no Metropolis continuou, pela noite fora, com os DJs Merton (autor do blog Rock no Liceu) e Rotten.
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ResponderEliminarNovamente uma excelente review aqui no blog!
A passagem desta banda pelo nosso país não passou despercebida...
Parabéns!!!
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