19 maio 2011

Festival Outsider 4: Review (Parte 1)


Fotos e vídeos da autoria de João Miguel Silva.



À semelhança do que acontecera com as duas edições anteriores, o A Crack in The Cloud destacou e acompanhou a 4ª edição do Festival Outsider, evento organizado pela fanzine Outsider, uma das cada vez mais escassas publicações musicais DIY, que teima em manter viva a tradição e o espírito das fanzines, indelevelmente associadas ao advento do movimento punk na década de 1970.


O objectivo dos festivais Outsider funde-se com a raison d'être da própria revista: divulgar e informar sobre projectos musicais, especialmente nacionais, jovens e/ou emergentes, maioritariamente da área do punk rock e do hardcore, mas também (mais tangencialmente) de outros subgéneros do rock.



À semelhança das edições anteriores, o balanço é francamente positivo e a equipa da Outsider tem razões para estar satisfeita: o festival Outsider 4 cumpriu amplamente os objectivos delineados, proporcionando aos participantes - muitos deles assinantes da publicação - duas excelentes tardes repletas de boa música, e num ambiente muito familiar, informal, animado e amistoso. Um ambiente 100% DIY, proporcionado por uma equipa que desinteressada e gratuitamente coloca o seu tempo e o seu trabalho ao serviço da causa da divulgação musical, persistindo - há já quatro edições - em incorrer nos riscos inerentes à produção de eventos alternativos, que não atraem as 'massas'.



Festival Outsider 4 primou por excelentes performances da generalidade das bandas convidadas: no primeiro dia, a sala esteve quase repleta e foi com visível entuasiasmo e apreço que o público acolheu todas as prestações musicais, começando pela dos Asfixia, projecto musical recente mas muito consistente, que integra Jonhie (Simbiose), o grande Rui Rocker (Crise Total), por vezes citado como "o pai do punk português", e a jovem mas muito promissora e talentosa vocalista Inês Menezes.



Igualmente bem acolhida foi a sonoridade metálica dos farenses Confront Hate, que com muita energia souberam agarrar o público e demonstraram a maturidade e experiência dos seus 8 anos de existência, fazendo desfilar alguns dos temas do seu novíssimo trabalho, e primeiro LP, Diabolical Disguise of Madness.




Os Acromaníacos foram os senhores que se seguiram e não podiam ter tido melhor aceitação. Proporcionaram, sem dúvida, alguns dos momentos mais fortes e marcantes deste festival, com uma prestação que se pautou por uma relação de grande proximidade com um público fervoroso e conhecedor, que dançou sem parar, pediu músicas e cantou na íntegra muitos dos temas apresentados.




No contexto das performances deste primeiro dia, pode-se dizer que os Mr Myiagi foram a cereja no topo do bolo, constituindo sem dúvida o ponto alto da tarde e terminando da melhor forma este primeiro dia. Ofereceram uma prestação verdadeiramente alucinante, com uma sonoridade e uma identidade muito próprias e vincadas, e uma presença e atitude marcantes, caracterizadas por um dinamismo, energia e irreverência contagiantes. São de facto um projecto musical entusiasmante e promissor no panorama nacional, que esperamos rever em breve, para poder apreciar com mais atenção.


Em suma: dificilmente o balanço deste primeiro dia do festival poderia ser mais positivo. Casa praticamente cheia, óptimo ambiente e excelentes prestações musicais, que as imagens e os vídeos comprovam.


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