É uma semana importante esta que se inicia. Uma semana de luta, marcada por uma greve geral que, esperemos, assuma uma dimensão expressiva, demonstrando assim claramente a consciência geral da situação real do país, da ofensiva em curso contra quem trabalha e aufere rendimentos baixos e médios, e das dificuldades reais experimentadas por muitos milhares de portugueses, e que se agudizarão, de uma forma que ainda não conseguimos antever, já nos próximos meses.
Muitos não farão greve por simples comodismo. Outros para não perder o vencimento diário. Outros por medo de represálias, particularmente de serem despedidos, a espada de Damocles que paira sobre as cabeças de quase todos os que ainda têm emprego, muitos dos quais, tendo abraçado o maravilhoso mundo do consumismo que sustenta a economia neoliberal (mea culpa), "agarrados " ('by the balls', podíamos acrescentar) ao crédito do carro, ao empréstimo da casa, à mensalidade da net, da TV cabo, enfim, a um conforto legítimo mas inimaginável até há apenas umas décadas. Um conforto que apesar de abrangente não foi nem é para todos, e que cada vez será para menos, à medida que se tenha de deixar de ter net, TV cabo, carro, casa, e quem sabe comida na mesa.
Esta é já a realidade de muitos, e um primeiro grande passo no sentido de uma sociedade mais humana e mais solidária seria decerto conseguirmos lutar não só pelos nossos interesses pessoais, mas pelo bem comum. É essa uma das grandes lições que a história recente nacional - da resistência e luta anti-fascistas - nos ensina, e que não podemos esquecer. O nosso medo é um insulto à memória de todos os que lutaram (também) por nós, e um passo atrás no percurso democrático.
Esta é já a realidade de muitos, e um primeiro grande passo no sentido de uma sociedade mais humana e mais solidária seria decerto conseguirmos lutar não só pelos nossos interesses pessoais, mas pelo bem comum. É essa uma das grandes lições que a história recente nacional - da resistência e luta anti-fascistas - nos ensina, e que não podemos esquecer. O nosso medo é um insulto à memória de todos os que lutaram (também) por nós, e um passo atrás no percurso democrático.
A música sempre foi uma componente fundamental de qualquer luta, e é uma forma importante de expressão e de crítica social e política. Essa é uma característica comum dos eventos que destacamos esta semana: já amanhã, a actuação de vários artistas em Lisboa, entre os quais destacamos os Peste & Sida, no âmbito das actividades da Greve Geral; na sexta-feira, o concerto dos R12 e dos Re-Censurados (Side-B, Benavente), e sábado, a 3ª Punk Rock Session organizada pelos DJs Billy e Merton (autores dos blogs Billy-News e Rock no Liceu), dedicada aos GBH e ao 'UK82'.
Fica o tema "Stand Against Them All", do álbum We Are All We Have (2009) dos The Casualties, herdeiros do UK82, também conhecido como 'No Future Punk'.
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