28 outubro 2009

Festival Outsider II 2ª Parte e Balanço Final

Reportagem sobre a 2ª noite do Festival (24 Outubro), que contou com as actuações das bandas 2 Sacos e 1/2, Dollar Llama, P.H.T. e Simbiose...basta clicar nos "Comentários" desta mensagem. Agradecimentos à autora pelo envio do texto.

1 comentário:

  1. Festival Outsider II 2ª Parte e Balanço Final: Punk’s definitely not dead!

    No passado sábado 24 realizou-se a 2ª parte do Festival Outsider II, da responsabilidade da equipa da revista/fanzine com o mesmo nome. O sucesso da 1ª noite do Festival (17/10) tinha elevado as expectativas e talvez aguçado a curiosidade, o que poderá ter motivado uma afluência de público francamente superior à da 1ª parte e logo desde o início do evento.
    A abertura das hostilidades coube aos 2 Sacos e ½, banda lisboeta reactivada depois de um interregno de 2 anos e claramente herdeira da sonoridade de uma das principais bandas de referência do punk rock nacional, os Tara Perdida. Com uma actuação fluida e bem-disposta, com temas dos seus trabalhos “Isto Vai Mudar” e “Reutiliza-me para um Portugal Melhor”, os 2 Sacos e ½ aqueceram o ambiente e agradaram a um público determinado em aproveitar bem este último dia do Festival. Mas o cartaz prometia uma noite de sons e ritmos mais pesados, e para isso lá esteve o ‘stoner rock’ dos Dollar Llama, com temas do seu recente “Under de Hurricane” que tem registado um acolhimento entusiástico por parte da crítica. A actuação desta banda pautou-se por um elevado rigor, energia e maturidade, com uma presença marcante – ainda que algo intimidatória – do vocalista, que surpreendeu – e ‘ganhou’ o público – quando saltou do palco e se juntou à plateia durante a execução de um dos temas.
    A noite continuou em crescendo com o crossover – e a irreverência e frescura juvenis – dos frenéticos P.H.T. Com um grupo fiel de seguidores igualmente imparáveis, a actuação desta banda destacou-se pela espontaneidade e pela fácil e quase imediata empatia que estabeleceu com o público.
    O Festival terminou com a muito aguardada e apoteótica performance dos Simbiose, que mostraram bem o peso do seu curriculum de quase duas décadas, com uma actuação absolutamente brutal e demolidora. Perante a dificuldade de exprimir com justiça esta performance socorro-me das palavras de Pedro Carvalho, a propósito de “Fake Dimension”, último trabalho da banda: “uma mistura de raiva, violência, poder sónico, devastação e velocidade só aconselhável a quem pretender ser completamente esmagado por uma parede sonora impressionante” (http://vianocturna2000.blogspot.com/2009/09/review-fake-dimension-simbiose.html).
    Igualmente digno de relevo é sem dúvida o aguçado pendor crítico social e político da mensagem que esta banda tem mantido como objectivo veicular. A subida ao palco de João Ribas, o ‘mestre de cerimónias’ do festival, para a execução do tema de “Fake Dimension” em que participa – “Evolução é Regressão” – moveu um público rendido e fechou com chave de ouro esta segunda edição do Festival.
    Diana Rosa e a restante equipa editorial da Outsider estão indiscutivelmente de parabéns pelo sucesso global do evento e esperamos que suficientemente motivados para a preparação de uma próxima edição. De parabéns está igualmente o punk rock português, a viver indiscutivelmente uma fase de grande pujança e criatividade, marcada por uma interessante complementaridade entre sonoridades mais maduras e elaboradas – e performances mais estudadas e rigorosas – por parte de uma geração de músicos mais maduros e experientes, e a frescura, irreverência e espontaneidade das bandas mais jovens.
    MJ Ramos

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