31 março 2011

Video do Dia: A Tale of Two Demos de Michael Chanan

(Foto por Dominic,






(Foto: Norman Craig aka normko,


No decurso da gigantesca manifestação de protesto que literalmente incendiou Londres no passado sábado (e que mereceu um post neste blog), surge o vídeo abaixo, realizado pelo professor universitário Michael Chanan, que documenta duas faces distintas da manifestação - a organizada pelos sindicatos, e os pequenos aglomerados, apartidários, ecologistas,  anti-capitalistas e/ou anarquistas.


28 março 2011

Johnny Throttle: o regresso a Portugal para 3 concertos


Após uma fugaz passagem por Portugal, em Maio de 2010, que mereceu um post neste blog, os Johnny Throttle regressam já esta semana a Portugal para três prometedores concertos, de norte a sul de Portugal.

O concerto de Lisboa está agendado para as 23 horas, no Metropolis, e conta com a participação dos Sick Strippers e ainda do DJ Merton (autor do blog Rock no Liceu) e do DJ Rotten.


Sedeados em Londres, os Johnny Throttle são formados pelo português Afonso Pinto (The Parkinsons), aka Johnny Quid (voz), Ricky C (bateria), Brother-J (guitarra) e John Codger (baixo). O primeiro EP, Stükas Über Shoreditch, data de 2009 (Wrench Records) e foi seguido, no mesmo ano, do 7'' "Sick of Myself/Job in the City" (Crypt Records), ambos com reviews positivas em blogs e zines da especialidade (informação disponível no site da banda no myspace).



A música dos Johnny Throttle é descrita como "snotty, moronic and straight to the point punk", ou seja, um punk old-school, agressivo, directo, e irreverente.

Os Johnny Throttle já actuaram, por exemplo, com os Vibrators, Menace, The Meteors, Vice Squad, The Morlocks, The Vicars, Superyob, London Diehards, e GBH.




Enquanto aguardamos por estes promissores concertos, ficam  alguns links úteis e dois vídeos da banda ao vivo, com a interpretação dos temas "Stükas Über Shoreditch" e "Job in the City".


Stükas Über Shoreditch está ainda disponível no iTunes, aqui.




27 março 2011

TARA PERDIDA: regresso aos palcos já esta semana


Os Tara Perdida, inquestionavelmente uma das grandes bandas de punk rock nacional, com uma sólida base de fâs de todas as idades, e uma relação de grande proximidade com o público mais jovem, regressa esta semana aos palcos, com presença marcada no espectáculo de comemoração do Dia do Estudante e da Juventude de Santiago do Cacém. É já na próxima sexta-feira 1 de Abril, e não é mentira.

Com a promessa do lançamento para breve de um novo trabalho - o sexto álbum de originais, sucessor de Nada a Esconder (2008) - a banda de João Ribas, Ruka, Jaime, Ganso e Kistos tem  6 concertos já agendados para os próximos meses, entre os quais as participações na Semana Académica do Algarve (Faro, 10 de Maio) e na Queima das Fitas de Santarém (14 de Maio). O calendário de concertos dos Tara Perdida está disponível nos sites da banda no facebook e no myspace.





A abrir o apetite para esta leva de concertos ficam dois registos de actuações anteriores e temas incontornáveis da banda.



26 março 2011

March for the Alternative


O título do terceiro álbum de originais de um emblemático cantor de protesto, Bob Dylan - The Times They Are a-Changin' - vem de imediato à cabeça perante mais este entusiasmante momento de manifestação popular contra o regime capitalista neoliberal.

'March for the Alternative: Jobs, Growth, Justice' é uma manifestação massiva que tem hoje  lugar  em Hyde Park, Londres, e que juntará um número indeterminado de pessoas, de todos os espectros socio-económicos e políticos, e de todo o pais, para protestarem contra á implementação de um programa de austeridade centrado em cortes radicais nos serviços públicos - e de apoio social/comunitário - para redução do famoso défice. Fala-se num retorno aos "rotten 80s".

(Autor da foto: Kerim Okten/EPA;



Prevê-se um evento gigantesco - talvez histórico -  com 800 autocarros e 10 comboios especiais fretados para transportar manifestantes de todo o país.

Ficam alguns links úteis:

Para o site da organização:  False Economy
Para o site da associação de sindicatos que organiza o evento: TUC
Para o site do jornal Guardian, que acompanha em permanência a manifestação.

Ficam os vídeos de duas grandes canções de protesto, de momentos históricos diferentes, mas em que os problemas - e particularmente a sua raiz - eram os mesmos.






24 março 2011

Música(s) de protesto

Este post inclui fotos da Manifestação da 'Geração À Rasca' de 12 de Março de 2011, da autoria da fotógrafa Diana Rosa, a quem muito se agradece a gentil cedência.


(Foto: Diana Rosa)

Há uns tempos a esta parte, e particularmente nos últimos meses, parece que se redescobriu em Portugal a música de protesto/canção de intervenção, essa figura aparentemente esquecida e enterrada nas brumas de uma história muito mal sabida (como prova esta entrevista da RTP sobre o 25 de Abril). 





Esta "redescoberta" está associada principalmente a três acontecimentos recentes:

1) à popularidade inesperada - e subsequente mediatização -  do tema "Parva Que Sou" dos Deolinda, apresentado pela primeira vez ao vivo em Janeiro passado;

2) ao fenómeno cataclísmico que a escolha popular do tema "A Luta é Alegria" dos polémicos Homens da Luta no Festival da Canção provocou;

e, mais recentemente,

3. à apresentação de "Puxa Para Cima a Tua Energia", dos Blasted Mechanism, na chamada 'Manifestação da Geração À Rasca' do passado dia 12, que em Lisboa poderá ter atingido o número recorde - e histórico -  de 500.000 pessoas (a este propósito recomenda-se a leitura de um texto interessantíssimo, da autoria de Luís Miguel Sequeira, aqui).

(Foto: Diana Rosa)

O vídeo do tema, composto por imagens da manifestação (e da interpretação do tema in loco) foi disponibilizado pela banda noYouTube no passado dia 16, e apresentado - na mensagem anexa -  como uma homenagem dos Blasted ao povo português, e uma forma da banda se associar - através daquilo que faz - a uma manifestação colectiva entendida como uma semente de mudança (ver mensagem no canal dos Blasted Mechanism no YouTube aqui).

(Foto: Diana Rosa)


Tive conhecimento há poucos dias deste tema/vídeo através da newsletter da Blitz, e não pude deixar de atentar nos comentários dos leitores. Tal como é recorrente nos espaços de comentários de outros sites/publicações online, das mais variadas áreas, o que se destaca é a maledicência, a mesquinhez, a crítica destrutiva, a má fé.

Opta-se por comentar a má qualidade da música ou por acusar a banda de aproveitamento da situação (para quê não se percebe, dado o estatuto que os Blasted indubitavelmente já detêm). Há excepções honrosas, que devem ser mencionadas, em particular o comentário inteligente e incisivo de 'arundel', que não resisto a citar:

"Não há ninguém que não associe imediatamente a música de protesto às manifestações do final da ditadura e início da democracia em Portugal. Zeca Afonso, Fernando Tordo, Vitorino, e tantos outros criaram aquilo que ficou para sempre ligado à memória da revolução de Abril. Nessa altura foram levados a sério por protestarem também com a sua música.

37 anos mais tarde, temos outras bandas, outros músicos, outros estilos. Mas a música como forma de protesto mantém-se. Nesse sentido, "Puxa para cima a tua energia" é tão bom ou tão mau como "Grândola Vila Morena": é o que temos, é mais uma forma de se associar a um protesto (...)"

('arundel', como vim a descobrir pouco depois, é o mesmo Luís Sequeira que menciono acima)

Para ler na íntegra este e os restantes comentários clicar aqui.



(Foto: Diana Rosa)

A crise económica e social que se vive e se tem agudizado nos  últimos anos,  ou o profundo descrédito da classe política e dirigente, em minha opinião sintomas inequívocos da falência do capitalismo e da voragem demolidora da sua versão neoliberal, provocam legitimamente o desânimo, o cansaço e a desconfiança.


(Foto: Diana Rosa)


Contudo, a incapacidade de acreditar em quem quer que seja, ou de valorizar o que quer que seja, particularmente o trabalho e o esforço alheios, parece-me ser um dos sintomas e aspectos  mais preocupantes da situação complexa em que nos encontramos (e deste mundo difícil de compreender em que vivemos). Assim não há sementes que germinem, nem manifestações colectivas esporádicas que evoluam para movimentos e projectos comuns que possam fazer-nos caminhar para um mundo melhor.

(Foto: Diana Rosa)

Por fim, e independentemente dos meus gostos e preferências musicais, congratulo-me pelos temas dos Deolinda, dos Blasted Mechanism, e até dos Homens da Luta (com algumas reservas que não interessa neste momento mencionar), assim como de muitos outros que, com menos visibilidade e  mediatismo, e sem quaisquer intenções que não sejam 'o amor à camisola',  fazem há muitos anos música de protesto em Portugal: Crise Total, Censurados, Peste & Sida, Gazua, Dalai Lume, Punk Sinatra, Albert Fish...para nomear os primeiros que - por pura preferência pessoal - me ocorrem de repente.
 
(Foto: Diana Rosa)

O aproveitamento interesseiro é uma realidade, em várias áreas e a música não será decerto excepção. Contudo, tão importante como as músicas, e estas músicas que mencionei em particular, é o modo como as pessoas as têm apropriado, porque se identificam com a sua mensagem - de revolta, de descontentamento.

É positivo o facto destas músicas terem dado azo, em diversos fóruns, a trocas de opiniões, felizmente nem sempre tão pessimistas e negativas como o caso referido (veja-se o debate interessante que o tema dos Deolinda motivou no blog Cravo de Abril - aqui). Temos contudo ainda um longo caminho a percorrer até conseguirmos comunicar - e discordar - com respeito e abertura de espírito.

(Foto: Diana Rosa)


Esperemos  que em vez de uma moda passageira, o regresso da música de protesto, e da música e de músicos comprometidos com causas que prossigam ideais humanistas e defensores de um mundo mais justo, mais igualitário e mais ecológico, se torne algo mais expressivo, abrangente (nos vários géneros musicais) e  duradouro.Teríamos - e ouviríamos - melhor música, com todas as consequências benéficas que decerto daí adviriam.
 
Fica o excelente vídeo dos Blasted Mechanism - e da histórica manifestação do passado dia 12 de Março. Não sendo uma apreciadora entusiástica da sonoridade desta banda, admiro o seu trabalho, a sua criatividade e as suas performances ao vivo,  lembrando vividamente um dos seus concertos - e dos melhores  a que já assisti - em Odemira  na madrugada do dia 25 de Abril de 2009.
 
 O tema da música de protesto (ou de intervenção) será retomado num ou mais posts subsequentes. 


22 março 2011

Kamones: Vídeos do Concerto de Beja


Na sequência do último post, e em especial para aqueles que não tiveram ainda oportunidade de ver os Kamones ao vivo, ficam três vídeos  do concerto de Beja, realizado no passado dia 11 de Março, com a interpretação dos temas "Gimme Gimme Shock Treatment", "You're Gonna Kill That Girl", "Judy is a Punk" e "R.A.M.O.N.E.S.".

Os vídeos são da autoria de João Miguel Silva.






21 março 2011

Kamones em Beja: foto-reportagem

Fotos por João Miguel Silva.


Os Kamones terminaram no passado sábado (19 de Março) no bar Rock'n'Shots em Cascais uma mini-tournée que passou por Portimão, Faro, Loulé, Beja, Elvas e finalmente Cascais, e que esperamos que continue em breve noutros pontos do país.


Em jeito de balanço desta série de actuações, e sendo óbvio que cada concerto e cada local têm as suas características e especificidades muito próprias, aqui fica uma foto-reportagem do concerto de Beja, que teve lugar na sexta-feira 11 de Março.



Apesar do mau tempo - um dia de chuva ininterrupta, fenómeno raro em Beja -  e de ser sexta-feira  (um dia pouco propício a concertos, uma vez que os estudantes universitários estão rotos da farra do dia anterior, e o pessoal que trabalha está de rastos ao fim de uma longa semana a bulir) -  muitos eram aqueles que se encontravam na Galeria do Desassossego e que rapidamente encheram a sala assim que a actuação dos Kamones teve início, pouco depois das 23.30h.


O público, bastante heterogéneo como é saudável apanágio deste espaço bejense, aderiu com entusiasmo da primeira à última  de uma série de  malhas intemporais dos Ramones, que este quarteto de talentosos músicos nacionais interpretou e fez desfilar com visível apreço, entusiasmo e boa disposição.




O concerto decorreu num ápice, e isso não se deveu de forma alguma às características da música dos Ramones. Alguns dos temas incontornáveis  - 'Sheena is a Punk Rocker', 'Judy is a Punk', 'Pet Sematary', 'Rockaway Beach', 'I Wanna Be Sedated', 'Commando', etc... revelaram-se verdadeiramente incendiários, despoletando uma participação  esfuziante do público, com muita agitação, braços no ar e os refrões cantados em plenos pulmões. Houve de facto momentos de grande sintonia e calorosa interacção entre a banda e o público.






Como é habitual acontecer nos momentos de diversão e alegria, o fim do concerto chegou depressa demais e a plateia, inconformada, pediu mais...e os Kamones deram.


Enfim, mais uma grande noite de punk rock nesta cidade do interior alentejano, com um ambiente bastante animado e caloroso, que esperamos se repita muito em breve, pois - tal como este e concertos anteriores deste género musical naquele espaço demonstraram - o público existe, aparece e corresponde da melhor forma.


A música dos Ramones continua a agradar e a conquistar novos públicos, como demonstrou a presença de malta muito jovem que conhece e vibra com o som  desta mítica banda norte-americana.


Quanto aos Kamones, quem ainda não os conhecia, e não tinha tido oportunidade de os ver anteriormente, pôde comprovar que são uma grande banda, composta por músicos bem conhecidos e com provas dadas no panorama musical português, e que oferece um excelente espectáculo.


Que venham mais, e muito em breve!

11 março 2011

Passatempo "Kamones em Beja" terminado



O passatempo "Kamones em Beja" já terminou! Obrigada a todos os que participaram.

Aqui ficam as respostas correctas e um vídeo dos Kamones ao vivo no Festival Outsider 3, com a interpretação de um tema que decerto se vai ouvir hoje na Galeria do Desassossego - "The KKK Took My Baby Away".


PASSATEMPO KAMONES EM BEJA
1. Como se chama o primeiro álbum dos Ramones?
b) Ramones

2. Em que ano actuaram os Ramones em Portugal?
c) 1980

3. Qual o instrumento que João Alves toca nos Kamones?
a) Nenhum. É o vocalista.

4. Qual dos seguintes temas interpretados pelos Kamones não é originalmente dos Ramones?
b) R.A.M.O.N.E.S (original dos Motörhead)

09 março 2011

Passatempo "Kamones em Beja"



Depois de três actuações ao vivo no Algarve, no passado fim-de-semana , os Kamones, projecto de tributo aos míticos Ramones de que fazem parte João Alves (Peste & Sida), João Ribas (Tara Perdida), Paulinho (Gazua) e Rafael (ex-Etacarinae), deslocam-se ao Alentejo no próximo fim-de-semana para dois concertos: sexta-feira 11 em Beja (Galeria do Desassossego) e sábado 12 em Elvas (Charlotte Bar).


A Crack in the Cloud tem 2 entradas simples para oferecer para o concerto de Beja, 1 a cada um dos dois primeiros leitores que responderem acertadamente a todas as questões que se seguem.


As respostas deverão ser enviadas por email para sheena.is2009@gmail.com , com o assunto "Passatempo Kamones em Beja", e com o nome do(a) concorrente.

Só serão considerados válidas as participações que reunirem todas as indicações acima mencionadas.

Quando o passatempo terminar ficará aqui essa indicação. Os vencedores serão devidamente informados via email. Boa sorte!

PASSATEMPO KAMONES EM BEJA

1. Como se chama o primeiro álbum dos Ramones?
a) Rocket to Russia
b) Ramones
c) Subterranean Jungle

2. Em que ano actuaram os Ramones em Portugal?
a) 1978
b) 1983
c) 1980

3. Qual o instrumento que João Alves toca nos Kamones?
a) Nenhum. É o vocalista.
b) Guitarra
c) Bateria

4. Qual dos seguintes temas interpretados pelos Kamones não é originalmente dos Ramones?
a) Blitzkrieg Bop
b) R.A.M.O.N.E.S.
c) Rockaway Beach

03 março 2011

Gazua+Asfixia e DJ Billy em Beja: Review

Fotos de João Miguel Silva.
Fotos de Asfixia por João Ouro


O TOUR NADO, a mini-tour que os Gazua – acompanhados pelos Asfixia e pelo DJ Billy - estão a realizar para promoção do novo trabalho, Contracultura, passou por Beja no passado sábado, 26 de Fevereiro, e podemos dizer que - metaforicamente falando, claro – foi de facto um verdadeiro tornado, e ficará decerto bem viva na memória daqueles que estiveram presentes.


A Galeria do Desassossego – espaço já emblemático desta cidade – caracteriza-se por um ambiente acolhedor e descontraído, que – coisa rara nesta cidade alentejana – atrai uma clientela muito heterogénea, de todas as idades e estilos. O dia 26 não foi excepção, e o espaço encontrava-se já bastante composto quando, pelas 23 horas, o DJ Billy iniciou a sua sessão.


Os Asfixia são um projecto recente mas que integra elementos com um longo e reconhecido curriculum no meio musical.  Os Asfixia começaram a sua actuação por volta das 23.30h e cativaram o público heterogéneo desde o primeiro minuto.


Durante aproximadamente 30 minutos, a banda de Rui Rocker (Crise Total), Jonhie (Simbiose), Inês Menezes (Rolls Rockers) e Marden deu o seu máximo, fazendo desfilar vários temas (na sua maioria muito potentes) de um punk rock corrido, agressivo e interpelador. Por pura preferência pessoal destacamos, como particularmente fortes e catchy, “Hipocrisia” e “Asfixia”.



A performance dos Asfixia caracterizou-se também por uma adesão muito positiva do público, sem dúvida potenciada pela atitude colectiva de muita energia e entrega, assim como pela  vocalista Inês que, para além de dotada de uma excelente qualidade vocal, agarra muito bem o público com a sua postura irreverente e bastante interactiva. No final, e mercê da insistência do público rendido, houve direito a encore.








(Fotos: João Ouro;

Após duas passagens anteriores por Beja, os Gazua já têm o seu núcleo de admiradores locais, que marcaram presença e participaram activa e entusiasticamente do primeiro ao último minuto de um concerto que foi de facto bastante ‘inflamado’. Contudo, como pudemos apurar em várias conversas durante a noite, muitos eram aqueles que tinham vindo de fora (por exemplo, de Santiago do Cacém) para este concerto. De referir ainda a presença de vários músicos locais (por exemplo, membros das bandas Ho-Chi-Minh, Máscara e Balão Dirigível).


Ao longo de cerca de 60 minutos, os Gazua apresentaram não só alguns dos temas mais fortes do último trabalho, Contracultura, tais como “Preocupa-te”, Casa dos Fantasmas” e “Morreu o Coveiro” (este último vocalizado pelo baixista Paulinho), assim como de trabalhos anteriores: “Mil Dedos”, “Reescrever a História”, “Turbilhões”, “Para Todos”, entre muitos outros.



Não podemos deixar de referir a excelente fase em que este colectivo se encontra, com elevada qualidade da execução, tanto em termos das performances individuais como ao nível da coordenação e consistência colectivas.


O público, como anteriormente mencionado, correspondeu da melhor forma, com muita animação (mesmo algum mosh), e alguns fãs muito jovens e entusiásticos que, na primeira fila, demonstraram saber bem os refrões e mesmo as letras na íntegra. No final, pediram – e os Gazua  deram – um pouco mais da muita e excelente música que produziram nos últimos anos.


Após os concertos, a noite na Galeria continuou bastante acalorada, quase com lotação esgotada, muito convívio e muita animação, com uma adesão muito positiva e até mesmo entusiástica de um público muito diversificado às sonoridades punk rock oferecidas pelo DJ Billy.



Durante quase 3 horas, o DJ Billy agarrou completamente o público, e muitos foram aqueles que vibraram e dançaram ao som não só de ‘clássicos’ (nacionais e internacionais) como Sex Pistols, Ramones, Ratos de Porão, Clash, Misfits, The Exploited, Iggy Pop, Motörhead, Rancid, Suicidal Tendencies, Peste & Sida, Tara Perdida e Mão Morta, assim como sonoridades mais ‘alternativas’ que incluíram Oxymoron, Frontkick, Cut My Skin, No Hope For the Kids, Matanza, Punk Sinatra (ou até mesmo os locais Ventas de Exterko), e ainda Ministry, White Zombie, Slipknot, Cramps e Os Dias de Raiva, entre muitos outros.



Chegada a hora de fecho do espaço, foi com muita pena e alguns protestos que a música cessou e terminou uma verdadeiramente memorável noitada de punk rock nesta cidade alentejana. Resta-nos esperar que ela se repita em breve.