27 abril 2010

Adolfo Luxúria Canibal hoje no programa Bairro Alto

Este post inclui o vídeo "Novelos da Paixão" dos Mão Morta.

(Adolfo Luxúria Canibal, Foto de Paulo Segadães, em

Adolfo Luxúria Canibal é hoje o convidado de José Fialho de Almeida, no programa Bairro Alto, que vai para o ar na RTP 2 às 23.38h.

Os Mão Morta apresentam o seu novo trabalho, Pesadelo em Peluche, na próxima quinta-feira, 29 de Abril, no Coliseu dos Recreios em Lisboa, num concerto que marca igualmente os 25 anos da banda.

Fica a sinopse do programa Bairro Alto de hoje (episódio 13), disponível no seu contexto original aqui.

"Tem 50 anos, é licenciado em Direito, especialista em Direito Comunitário, trabalha no Instituto de Conservação da Natureza e escreve pareceres sobre Direito Ambiental. O convidado do Bairro Alto de hoje é Adolfo Morais de Macedo. Mas ele é uma espécie de dois em um. Por estes meses, está a completar 25 anos à frente de uma das principais bandas de culto da cena punk e rock portuguesas. Eles nasceram em Braga, em 1984, e chamam-se Mão Morta. E, nos palcos, Adolfo Morais de Macedo transforma-se no seu alter-ego, Adolfo Luxúria Canibal. Nasceu em Angola, em 1959, cresceu em Vieira do Minho e em Braga, fez-se homem em Lisboa, começou a cantar, e há cinco anos regressou à Cidade dos Arcebispos depois de outros cinco em Paris, onde aprofundou os estudos e foi sobrevivendo à conta biscates. Para assinalar os 25 anos dos Mão Morta, está aí mais um álbum de originais, Pesadelo em Peluche, e está aqui, no Bairro Alto, Adolfo Luxúria Canibal."

Recomenda-se ainda a leitura de um excelente texto da autoria do próprio Adolfo Luxúria Canibal, publicado no blog Billy-News, em que o músico explica o elaborado conceito deste novo álbum de originais. Para ler o texto, clicar aqui.

Fica o vídeo do tema de abertura do álbum, "Novelos da Paixão".

Tara Perdida fecham "Abril Bandas Mil" em Olhão

Fotos de JMS.


Cumprindo mais uma data da sua já bastante composta agenda de concertos, os Tara Perdida fecharam, no passado dia 24 de Abril, o programa da iniciativa "Abril  Bandas Mil", organizada pela MOJU (Associação Movimento Juvenil em Olhão), com o apoio da Câmara Municpal, do IPJ e de diversas empresas da região.

A iniciativa, na sua 2ª edição, consistiu num concurso de bandas de garagem (i.e., sem contrato discográfico), e teve 3 fases: 1.  selecção das maquetas, 2. realização de 3 eliminatórias, com a presença de 4 bandas cada e apuramento de 1 banda vencedora; 3. final com a actuação das 3 bandas apuradas e o anúncio da banda vencedora, que este ano actuará na Semana Académica do Algarve.

Na final, realizada no passado sábado 24 no Jardim dos Pescadores, junto à Ria Formosa, participaram as bandas finalistas: Betão Armado (Hardcore Punk; Metal), The Dharma Project (Rock Alternativo) e The Murder Case (Metal). Os vencedores foram os The Dharma Project, oriundos da Trafaria/Almada, e que actuarão no In Live Caffé (Moita) no próximo dia 30 de Abril.

Coube a João Ribas, o carismático frontman dos Tara Perdida (e dos mui saudosos Censurados) a tarefa de entregar os prémios às bandas que chegaram a esta última eliminatória. O músico aproveitou a oportunidade para elogiar o trabalho destas bandas, dedicando-lhes também, durante o concerto, o tema "Acreditar".

(João Ribas anuncia o 2º prémio)

(Ribas entrega o 1º prémio aos The Dharma Project)

A actuação dos Tara Perdida foi antecedida da dos Punk C'Mantega, uma banda local de punk rock.

(Actuação dos Punk C'Mantega)

Quando os Tara Perdida iniciaram a sua actuação, por volta das 0.30h, o recinto estava apinhado, e a cerveja prestes a esgotar-se, mostrando que a iniciativa atraíra um número de participantes muito superior às previsões da organização.

(Foto de Carlos Sousa, disponível em

A banda repetiu a sua fórmula de sucesso, com o mesmo alinhamento da Voz do Operário (ver post anterior) (apenas com ligeiras alterações na ordem de uma ou duas músicas), e com um concerto de cerca de 1h30m  'sempre a abrir'.


De destacar ainda a excelente forma e dinamismo de Ribas, com visíveis resultados na adesão e participação incondicional do público.






No final do concerto, um dos membros da organização não escondeu o seu contentamento pela escolha acertada  da banda cabeça de cartaz, e classificou o concerto na cidade de Olhão de "memorável", agradecendo ainda a disponibilidade de João Ribas para entregar o prémio às bandas finalistas.

A título de curiosidade informou ainda que este tinha sido o maior palco a ser montado em Olhão.

É sem dúvida de louvar a iniciativa desta associação juvenil, com uma periodicidade bi-anual, que dá assim a conhecer os novos projectos musicais que, apesar dos constrangimentos conhecidos, estão continuamente a surgir um pouco por todo o país.

Quanto aos Tara Perdida, continuarão a marcar presença em vários eventos e vários pontos do país, com destaque para o "Festival da Juventude" que se realizará em Mértola entre 7 e 9 de Maio, no qual a banda tem presença marcada para as 00.00h do dia 8, no emblemático castelo desta Vila Museu.

25 abril 2010

25 de Abril Sempre

Este post inclui o vídeo de "Evolução (1974)" dos Gazua.

Cumpre-se hoje mais um aniversário da data histórica que marcou o fim de 4 décadas de um regime ditatorial em Portugal, fruto da luta colectiva de muitos milhares de cidadãos comuns e (muitos deles) desconhecidos pelas causas da liberdade, da justiça, da igualdade e do bem comum. Muitos abdicaram das suas vidas pessoais em prol desse sonho colectivo. Muitos morreram, foram presos, torturados, ou perseguidos. Muitos vivem ainda entre nós mas não os conhecemos, não lhes agradecemos, não lhes prestamos o devido tributo, e não são notícia.

Esta luta esmoreceu com as promessas de uma miragem de democracia que não passa disso mesmo, e transformámo-nos numa sociedade em grande medida alienada, centrada no individualismo atroz, despolitizada e atolada num consumismo desenfreado e sem sentido que só alimenta o monstro. Entretanto as listas do desemprego aumentam a cada hora, assim como os dramas individuais e familiares de quem não vê (ou não tem) soluções ou alternativas – porque elas não existem mesmo – nas sociedades capitalistas globais contemporâneas.

“No Future” cantavam os Sex Pistols há 33 anos, na aurora da era do 'capitalismo casino', que é também a nossa. Quando é que aceitamos a interpelação dos Gazua e nos questionamos “O que é que estamos aqui a fazer?”. Tal como o 25 de Abril de 1974 nos mostra, a mudança só é fruto do trabalho colectivo. Sozinhos não somos nada. O caminho de saída da concha individual e da reaprendizagem de uma identidade e acção comuns, ou seja, da verdadeira humanidade, é longo e tortuoso. Mas é também urgente, para que possamos olhar em frente e ter (um) futuro (melhor). A luta continua.

Fica o meu tema preferido alusivo a esta data que não podemos esquecer, que temos de comemorar, e de uma luta que tem muito a ensinar-nos, assim nós queiramos aprender:

“Evolução (1974)” dos Gazua, uma das bandas mais interessantes e produtivas da actualidade, e com o lançamento do novo álbum, Contracultura, agendado para o próximo dia 18 de Junho em Lisboa.

23 abril 2010

UK Subs: Punk Can Take It (1979)

Este post inclui os documentários UK Subs: Punk Can Take It (1979) e London Can Take It! (1940)


Mencionado no post anterior, aqui fica um dos documentários realizados por Julien Temple (autor de The Great Rock n'Roll Swindle ou de The Filth and the Fury) em 1979 (disponibilizado em formato DVD em 2004).

O documentário, com cerca de 20 minutos de duração, foi inspirado num documentário (propagandista) inglês de 1940, de apenas 9 minutos, com o título London Can Take It!, realizado por Humphrey Jennings e Harry Watt para o Ministério da Informação britânico, sobre os bombardeamentos nocturnos de Londres pela aviação alemã durante a II Guerra Mundial.

Aqui ficam os dois documentários. É interessante o modo subversivo como Temple apropria e transporta a estrutura, o formato e até o estilo do documentário original para o contexto social (de oposição, perseguição, criminalização) da (sub)cultura punk britânica do final da década de 1970...



22 abril 2010

Foto do Dia


Este post inclui o tema "Nookie" ("Anarchy UK") dos Sex Pistols.

Foto: Photograph: Ian Gavan/Getty Images
© Guardian Newspaper

O funeral de Malcolm McLaren realizou-se hoje com pompa e circunstância em Londres, e o jornal The Guardian publicou uma foto-reportagem e vários artigos sobre o empresário.

Não obstante o aparato do acontecimento, sintomático da actual cultura e culto do mediatismo e da celebridade (que a fotografia claramente indicia) , o cortejo fúnebre entre a St Mary Magdalene Church e o Cemitério de Highgate, no norte de Londres (onde também se encontram os restos mortais de Karl Marx), deu também indiscutivelmente azo a algumas manifestações da cultura punk.

Por isso, como a jornalista Alexandra Topping reporta, ao passar pelas e lojas de venda de  S&M e  T-Shirts punk de Camden, alguém de entre a multidão gritou "anarchy!". Um autocarro londrino de dois andares com o destino "Nowhere" integrou o cortejo, atrás da carruagem que transportou o caixão, o qual continha a inscrição "too fast to live, too young to die" manuscrita com tinta branca em spray.

Vivienne Westwood, a ex-companheira de McLaren, e co-proprietária da mítica loja Let it Rock/Too Fast to Live, Too Young to Die/SEX, tinha uma banda no cabelo onde se podia ler a palavra "chaos", e apelou aos presentes para abraçarem a criatividade e o espírito rebelde que caracterizaram o controverso manager dos New York Dolls e dos Sex Pistols.

No funeral, o filho de ambos leu uma nota escrita por Steve Jones, guitarrista dos Pistols, dirigida a McLaren:

"Dear Malcolm, did you take the money with you? Is it in the coffin? Do you mind if I come back tomorrow and dig you up?" he wrote. "I always had a soft spot for you. You showed me a lot when I was 17 … and I owe you a lot for showing me a different side to life."

Estiveram ainda presentes David Johansen dos New York Dolls, Paul Cook dos Pistols, Adam Ant (que vai dedicar um tema do novo álbum a McLaren), Bobby Gillespie (Primal Scream) e o poeta punk John Cooper-Clark.

Nota: este post baseou-se no artigo do The Guardian "Anarchy rules as Malcolm McLaren funeral draws punk glitterati" (da autoria de Alexandra Topping).

Como curiosidade, sugere-se ainda a leitura do artigo "Malcolm McLaren, my revolutionary, chaotic, brilliant, messed-up father", com os testemunhos do filho de McLaren e do realizador  Julien Temple, autor de diversos documentários (sobre os Pistols, Joe Strummer, UK Subs, etc.).

Para terminar fica o tema "Nookie ("Anarchy UK"), a faixa 6 de Spunk, o álbum bootleg dos Pistols, gravado em 1976 e no início de 1977, e que antecedeu o mítico Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols (1977).

21 abril 2010

Johnny Throttle: Luso-brit punk?

Este post inclui os vídeos de "Stukas Über Shoreditch" e "Job in the City" dos Johnny Throttle.


Stukas Über Shoreditch: é este o imaginativo título do  EP de estreia dos Johnny Throttle, talvez a banda punk mais lusófona da Grã-Bretanha, com Afonso (aka Johnny Quid, PT) na voz e 'Ricardinho' (aka Ricky C, BR) na bateria (e um ex-guitarrista Nuno). A banda encontra-se já a preparar o lançamento de um segundo trabalho, desta feita pela Crypt Records.

Os Johnny Throttle já tocaram com os Vibrators, Menace, The Meteors, Vice Squad, The Morlocks, The Vicars, Superyob, London Diehards, e GBH, para quem abriram no passado dia 10 em Londres.

Em Maio vêm a Portugal para dois concertos, um em Coimbra (dia 21, Via Latina 22h) e outro no Porto (dia 22, Armazém do Chá, 22h).


Os membros da banda também já integraram uma série de outros projectos, tais como os Menace, The Parkinsons, The Spitting Vicars, Die Toten Hosen, Urban Shock, The London Guns, The Chinese Lungs, Shaking Nasties, The Jackoffs, The Stains, Los Perros, The Playmobils, The Morat Fingers...

O autor do blog brasileiro Vontade e Luta entrevistou recentemente Ricky C ('Ricardinho'), o baterista dos Johnny Throttle e seu amigo de longa data, a viver em Inglaterra desde 2002.  Trata-se de uma entrevista muito interessante, descontraída e bem-humorada que aborda temas tão diversos como as dificuldades de adaptação em Inglatera, a cena punk londrina, as influências musicais da banda (nomeadamente o punk de 77), as suas vidas profissionais paralelas e as referências temáticas das letras. A entrevista, cuja leitura se recomenda, está acessível aqui.

No final da entrevista encontra-se o link onde é possível descarregar as 4 músicas que compõem o EP, também disponível no itunes.

Aqui ficam alguns excertos da entrevista:

"Bom os sons que nos influenciaram voce ja citou... nao ha outra coisa que nos tenham influenciado pois a ideia e o que gostamos e de punk anos 70, e como os punks nos anos 70 tinham forte influencia de anos 60 nos tambem temos! punk rock e garage punk basicamente."

"Stukas Uber Shoreditch... avioes alemaes da segunda guerra mundial bombardeando Shoreditch que e uma area famosa aqui de Londres... no meio uma carreira de speed(ou de cocaina) como quizerem interpretar...o ep e puro londres. Stukas Uber Shoredicth relata o caos que se encontra esta cidade e a hipocrisia que muita gente nao quer enchergar.. por isso o bombardeio areo..uma parodia ao que supostamente esta "controlado" ou "tranquilo"."

"A banda nasceu comigo e o nosso ex guitarrista Nuno ensaiando so eu e ele, queriamos fazer um punk fudido a la "Velha Escola". "

"(...) pro pessoal ai do Brasil que curte um velho punk rock aqui vao alguns nomes de bandas que tem surgido aqui em londres: The Electric Cocks, The Ten O Sevens, The Blowouts, Hygiene. Todas estao no myspace e sao muito boas!(...)"

"(...)O PUNK É COMO UM PUNHAL.. AFIADO, AMEACADOR E BONITO!!!"

(Excertos de uma entrevista feita por Pierre, autor do blog Vontade e Luta), disponível em

Mais informações sobre os Johnny Throttle e links para reviews disponíveis no site da banda no myspace, em http://www.myspace.com/johnnythrottle000 .
 
Ficam os vídeos de "Stukas über Shoreditch" e "Job in the City" (cover da banda belga da década de 1970 The Kids).



20 abril 2010

Tara Perdida Live @ Voz do Operário

As imagens nem sempre valem mais que mil palavras, mas as imagens e os sons que se seguem não só comprovam e validam a apreciação do concerto feita no post anterior, como colocam a nú as  limitações da palavra escrita relativamente ao registo audiovisual...imperdível para quem gostava de ter estado lá e não esteve, e para quem esteve e já tem saudades...

Cheers Ecletismo Musical.



 http://www.youtube.com/user/EclectismoM#p/c/637761C16BA2ABCD

19 abril 2010

Tara Perdida, amigos e fãs comemoram os 15 Anos da Banda


Foi com lotação esgotada e um espectáculo verdadeiramente frenético e memorável que os Tara Perdida celebraram no passado dia 16 de Abril o 15º aniversário da banda e confirmaram a sua posição proeminente no panorama musical nacional.

Colaboradores, amigos e fãs de várias gerações encheram a emblemática sala da Voz do Operário para festejar este aniversário e matar saudades da banda, neste que foi também o primeiro concerto da rentrée de 2010.

O espectáculo teve início por volta das 22.30h, como que em resposta à chamada da assistência que, a postos numa sala apinhada e acalorada, começara a entoar o refrão da popular “Batata Frita”.

Durante a hora e meia seguinte e os cerca de 23 temas interpretados, os Tara Perdida demonstraram que, volvidos 15 anos de estúdio, estrada, e 5 álbuns de originais, são de facto uma máquina muito bem oleada, que a mudança de baterista (saída de Rodrigo, reentrada de Kystos) não veio emperrar.

Tal como o ambiente festivo e entusiástico que dominava o recinto fazia antever, o sucesso do concerto esteve garantido desde o primeiro minuto, com uma entrega massiva e incondicional do público, corroborando mais uma vez a grande empatia e proximidade que caracterizam a relação dos Tara Perdida com os seus fãs.

Os braços estiveram permanentemente no ar, as vozes gritaram refrões e entoaram letras da primeira à última palavra, o mosh, o stage dive e o circle pit foram manobras contínuas. Alguns dos mais intrépidos atiraram-se mesmo das varandas do piso superior, sendo solidariamente aparados à chegada, num ambiente que primou por um espírito geral de alegria e companheirismo.

A escritora e activista Marianne Williamson define o carisma como “uma centelha que as pessoas possuem e que o dinheiro não pode comprar. Uma energia invisível com resultados visíveis”. Não obstante o inegável mérito do desempenho colectivo, é ao extraordinário carisma do seu quase mítico frontman, João Ribas, que se deve em grande medida o sucesso quase garantido das performances desta banda.


Detentor de uma presença marcante, inesperadamente acompanhada de uma rara simplicidade, e com um curriculum musical e experiência de palco que lhe podiam merecidamente granjear um doutoramento honoris causa, Ribas esteve com o público e teve o público consigo do princípio ao fim do espectáculo. A dedicação do concerto à sua mãe (Constança Ribas) motivou o aplauso geral e as suas interpelações recorrentes ao longo do espectáculo, quer para acolher o ‘novo’ baterista Kystos, elogiar a participação incondicional da plateia, ou para confirmar a sua plena satisfação, foram calorosamente acolhidas e correspondidas.

Neste ambiente de admirável sintonia, e a um ritmo acelerado e incessante, o tempo pareceu literalmente voar, e o fim chegou com demasiada rapidez, após 18 temas retirados dos 5 trabalhos da banda, dos quais se destacaram os incontornáveis “Zombies”, “Mundo Canibal”, “Tara Perdida”, “Lambe-Botas”, ou “Sentimento Ingénuo” (entre muitos outros).

Depois de uma curtíssima pausa a banda regressou para mais cinco temas fortes de trabalhos mais antigos, nomeadamente “Vida É Só Uma”, “30 Dias”, “Feia”, “Desalinhado” e “Nasci Hoje”, este último interpretado num clima de grande euforia e comoção, depois de Ribas ter agradecido a todo um conjunto de pessoas que acompanharam a banda ao longo destes 15 anos. Entre eles estiveram a antiga manager Dina Krasmann, os membros passados da banda (Orélio, Cró e Rodrigo), o produtor Cajó, os Xutos e Pontapés, e o roadie Carlitos, sem esquecer os amigos e os fãs, a quem Ribas emocionadamente se dirigiu com um “obrigado, meus amigos e minhas amigas”.

E foi em verdadeiro clima de festa que terminou este concerto comemorativo, com alguns membros da banda a permanecerem em palco ainda durante alguns minutos rodeados de fãs, e muitas caras conhecidas por entre o público, tais como João Pedro Almendra (Peste & Sida/Punk Sinatra), Jonhie (Simbiose) ou Jel (Homens da Luta/Kalashnikov).

(João Pedro Almendra a cumprimentar Jel, que como habitualmente não passou despercebido)

Menos de 24 horas depois, os Tara Perdida regressariam à estrada, rumo ao Arruda Rocks 2010 (Arruda dos Vinhos) para o 2º concerto de uma época que promete ser bastante preenchida, com vários espectáculos já agendados para os próximos meses em diversos pontos do país.

Fica o alinhamento deste concerto memorável, que constituirá possivelmente o único (e quase inevitável) ponto (e pomo) de discórdia dos participantes, sendo certo que muitos dos fãs mais maduros teriam preferido um regresso mais marcado às origens, com uma inclusão mais expressiva de temas fortes dos primeiros dois álbuns, particularmente de Só Não Vê Quem Não Quer, claramente sub-representado.

Este facto, e a escolha predominante de músicas do trabalho mais recente, Nada a Esconder (2008), têm a meu ver de ser entendidos no contexto da (legítima) evolução da música e da carreira dos Tara Perdida, no sentido de registos mais melódicos e da crescente institucionalização da banda que, como o concerto provou, continua a agradar simultaneamente a um público muito alargado e às camadas mais jovens.

Setlist

1. Onde É Kisto Vai Parar
2. Quanto Mais Eu Grito
3. Criar Soluções
4. Sentimento Ingénuo
5. Realidade
6. Cidade
7. Pernas Pr’ó Ar
8. Tara Perdida
9. Mundo Canibal
10. Zombies
11. Batata Frita
12. Memórias
13. Lambe-Botas
14. O Nome da Sombra
15. Podia Ser Doutor
16. Demente
17. Acreditar
18. Fizeram-se Amigos

Encore:

1. Vida É Só Uma
2. 30 Dias
3. Feia
4. Desalinhado
5. Nasci Hoje

17 abril 2010

Passatempo Tara Perdida 15 Anos Texto Vencedor

Este post inclui o vídeo de "Nasci Hoje" dos Tara Perdida.

(Foto: Tara Perdida, Voz do Operário 16 de Abril 2010)

No rescaldo do memorável concerto de comemoração dos 15 Anos dos Tara Perdida, que em breve será objecto de um post no A Crack  in the Cloud, publica-se o texto vencedor do Passatempo aqui realizado, que descreve na perfeição e com grande mestria o ambiente que se viveu ontem na Voz do Operário, assim como o estado de espírito dos milhares de fãs a quem se deveu também, indiscutivelmente, o sucesso desta festa comemorativa,  os "amigos e amigas" a quem João Ribas justamente agradeceu com emoção no final do espectáculo.

Obrigada aos participantes e muitos parabéns ao Ricardo, pelo texto excelente.

"Tara Perdida a revolução está para vir
escrevemos isto para tentarmos lá ir

Tara Perdida no passado presente e futuro
num festival em que vamos 'tar ao rubro


Tara Perdida a esperança a chegar
não nos calamos não vamos parar

Esperamos ganhar no festival queremos saltar, gritar, pular,
para nunca esquecer que a vida está para nascer."

Nasci Hoje."

Autor: Ricardo Rolim

Os Tara Perdida actuam hoje no "Arruda Rocks 2010", em Arruda dos Vinhos, onde também participam Os Enviados do Dr Matos, Re-Censurados e K2O3.

16 abril 2010

Este fim-de-semana todos os caminhos vão dar a...Aljustrel


Este post inclui o vídeo de "Miseráveis" dos Dalai Lume.

Este fim-de-semana todos os caminhos vão mesmo dar a Aljustrel, eterna terra mineira, com um passado (e um presente) que muitas lições nos podem dar de consciência colectiva e luta por um futuro comum melhor e mais justo...

Contrariando a ideia (que não deixa de ser verdadeira...) de que (quase) tudo se passa apenas nos grandes centros urbanos, temos este fim-de-semana em Aljustrel dois concertos quase imperdíveis, com nomes bem conhecidos do circuito underground, cuja mensagem em muito se aproxima de  alguns dos valores da cultura operária alentejana mineira e aljustrelense.

Não se vão por isso arrepender os que por lá passarem para verem os Dalai Lume + Abandalhados hoje dia 16 e os Albert Fish (entre outros) amanhã, sábado 17.

Ficam os cartazes dos eventos, o sugestivo tema "Miseráveis" dos Dalai Lume, e sugere-se a leitura de textos anteriores do A Crack in the Cloud sobre estas bandas, facilmente localizáveis através do menu de temas (etiquetas) à direita.






14 abril 2010

Passatempo 15 ANOS DE TARA PERDIDA no A Crack in The Cloud

(Foto: Rita Carmo, Tara Perdida Coliseu Recreios 2009, aqui)

Na contagem decrescente para a grande festa do punk rock português, o A Crack in The Cloud realiza um passatempo para oferecer aos seus leitores um bilhete para o concerto de aniversário dos 15 Anos dos TARA PERDIDA, que terá lugar na próxima sexta-feira 16 de Abril na histórica sala da Voz do Operário em Lisboa.

Para tal, os interessados deverão enviar um email para sheena.is2009@gmail.com com o assunto "15 Anos de Tara Perdida"  e uma frase inspirada nos TARA PERDIDA e na sua música (máx. 50 palavras).

Vencerá este passatempo o autor/a autora daquela que for considerada a melhor frase, e que será posteriormente publicada no A Crack in the Cloud. O passatempo terminará daqui a exactamente 24 HORAS (15/04, 9.00h) e o vencedor(a) será subsequentemente contactado(a) por email.

Basta  por isso "parar para pensar", "ter ideias", "acreditar"...  "jogar de novo e arriscar"...

..."Usa a tua razão"..."a realidade vem da tua cabeça"!

Como possíveis fontes de inspiração aqui ficam alguns temas dos 15 anos de carreira dos Tara Perdida.

"Zombies", Tara Perdida (1996)



"Parar Para Pensar", Só Não Vê Quem Não Quer (1998)


"Desalinhado", É Assim (2002)


"Patrícia (Melhores Dias Te Esperem)", Lambe-Botas (2005)


"Sentimento Ingénuo", Nada a Esconder (2008)

13 abril 2010

Billy-News entrevista Punk Sinatra


O Billy-News é não só um dos principais e mais interessantes blogues nacionais de música  mas indubitavelmente o mais importante canal de divulgação musical (principalmente mas não exclusivamente de punk rock) do dito circuito underground ou alternativo português na world wide web.
É um projecto de mérito e grande importância cultural que, de forma informal e "descontraída" (nas palavras do seu autor),  veicula diariamente um amplo leque de informações e curiosidades relativamente a bandas, projectos e eventos, muitos deles alternativos e D.I.Y., que ocorrem um pouco por todo o país e também além-fronteiras.

Por estas razões, o Billy-News merece  um post exclusivo no A Crack in the Cloud, o que tentaremos que  aconteça em breve.

Para já, fica a indicação e o link para uma excelente entrevista do autor do  Billy-News aos Punk Sinatra, banda lisboeta formada em 2003, de que fazem parte João Pedro Almendra (também Peste & Sida), João Pinto (também Dalai Lume), Rodrigo e Luís Lobão. A entrevista está disponível em http://billy-news.blogspot.com/.

Os Punk Sinatra definem-se como "irreverência, imaginação, amor à Arte e apego pela música com mensagem" e têm um novo trabalho sugestivamente intitulado Ataca Contrataca o Monstro Acordou, que está disponível para audição na íntegra no site do myspace da banda, aqui.

A próxima actuação dos Punk Sinatra está agendada para o próximo dia 1 de Maio no  Street War Fest 5 (Linda-a-Velha), onde participam também os Dalai Lume e os Gazua, entre muitas outras bandas.

Para abrir o apetite, fica o vídeo "Nunca Há Paciência".

11 abril 2010

Máscara na Galeria do Desassossego: Review

Este post inclui a setlist do concerto dos Máscara na Galeria do Desassossego, e o vídeo do tema "Ser Mau" (ao vivo no Festival de Bandas de Beja 2009).

Máscara no Festival de Bandas de Beja 2009

Como referido nos destaques da semana do A Crack in the Cloud, os Máscara, projecto musical bejense nascido em 2008, actuaram ontem na Galeria do Desassossego (Beja).

Tinha-os visto pela primeira vez no último Festival de Bandas locais (ver posts anteriores sobre o evento) e as impressões recolhidas foram desde logo muito positivas, não obstante algumas reservas relativamente ao elemento vocal, que parecia não conseguir acompanhar ou sobrepor-se à extraordinária pujança instrumental.

Foi por isso com muita curiosidade que me dirigi ontem à Galeria do Desassossego com o objectivo de voltar a ver e ouvir este colectivo bejense e confirmar (ou não) as impressões iniciais.

Os Máscara iniciaram a sua actuação com quase 2 horas de atraso face ao anunciado. O tempo de espera passou rapidamente, graças ao ambiente animado e festivo que dominava aquele espaço cultural alternativo bejense, propriedade do  artista/músico Jorge Benvinda (Virgem Suta).

Com uma sala praticamente cheia, composta por um público muito heterogéneo, mas que integrava um grande contingente de amigos e "fãs" da banda, os Máscara ofereceram um espectáculo de primeira qualidade, que se destacou por um grande profissionalismo e atenção a um leque variado de pequenos grandes detalhes que marcam a diferença e elevam certas prestações (musicais) acima da (habitual) mediania.

Com uma qualidade de som irrepreensível (assegurada por Aresta, guitarrista dos Ho-Chi Minh) e  o cenário inspirador de uma extraordinária animação computorizada de paisagens planetárias e espaciais, os Máscara fizeram desfilar um número já bastante significativo de temas amadurecidos e muito bem conseguidos, que agarraram o público do primeiro ao último minuto.

A música dos Máscara não se presta a uma audição fácil e superficial. O seu carácter denso, marcadamente  experimental e eminentemente progressivo exige do ouvinte disponibilidade, concentração e entrega, proporcionando em troca uma fruição intensa, complexa e, em termos gerais, extremamente gratificante.

Neste âmbito, há a destacar como elemento distintivo deste projecto musical um nível extraordinário de tensão/contenção que mantém o ouvinte suspenso e expectante face a uma explosão - verdadeiramente catártica - que raramente acontece, talvez com excepção de temas como "Mata mas não Mói", "Ser Mau", ou "Máscara", que a banda inteligentemente soube intercalar ao longo da sua prestação.

Os Máscara são um  produto interessante de uma riquíssima linhagem musical composta pelas múltiplas sonoridades / subgéneros que derivaram do rock,  particularmente o rock psicadélico e o rock e o metal progressivos. São por isso imensas as influências que lhes podemos atribuir, e que resultam necessariamente das nossas próprias referências / biografias musicais individuais... Pink Floyd, Porcupine Tree, Obliveon, Fates Warning, Queensryche, Dream Theatre... eis alguns dos nomes que nos ocorrem.

Em jeito de conclusão aponte-se a assinalável evolução que se percebeu neste colectivo comparativamente à prestação no Festival de Bandas (Dezembro 2009):  ao nível da exemplar coesão entre os seus elementos, da segurança das performances individuais e colectiva, e da afirmação do elemento vocal, que adquiriu indubitavelmente maior 'garra' e auto-confiança, e conseguiu criar e reclamar o espaço da voz no seio de um instrumental poderoso e algo hermético. Temos assim não só um projecto mas uma banda, com enorme potencial e qualidade, cujo percurso será interessante acompanhar.

A próxima actuação da banda está agendada para a próxima sexta-feira, 16 de Abril, na Casa do Povo de Neves (Beja).

Fica a setlist, gentilmente cedida ao A Crack in the Cloud pela banda, e o vídeo de "Ser Mau", um dos temas fortes interpretados também ontem na Galeria do Desassossego.

SETLIST

Intro
Mata Mas Não Mói
Fobia
#4
Jazz
Ser Mau
Asas
Lixo Emocional
Máscara
Instrumentalia

(+ Encore)

10 abril 2010

Morreu o "arquitecto do punk": Malcolm McLaren (1946-2010)

Este post inclui o vídeo do trailer de The Great Rock n'Roll Swindle, com a participação de Malcolm McLaren.

(Foto de Bob Gruen)

Multiplicam-se as reacções à morte prematura de Malcolm McLaren, figura incontornável do movimento e cultura punk (e não só), perene enfant terrible, a quem, independentemente das controvérsias, se reconhece uma inteligência crítica e capacidade de visão extraordinárias.

O jornal britânico The Guardian dedica-lhe vários artigos que vale a pena espreitar. Destaco aqui os seguintes:

"Malcolm McLaren: A Career in Clips": uma retrospectiva de algumas das suas realizações nas esferas da música (não só punk) e da moda, com videoclips;

"Malcolm McLaren: The Svengali Who Created Carnage": Um vídeo em que Tim Jonze, o editor musical do guardian.co.uk, fala dos feitos, da personalidade de McLaren, da sua inteligência e visão.

"His grandma once said to him "to be bad is good and to be good is simply boring" and I think that's kind of a motto for his entire career really 'cause, you know, when he was at his best was when he was being really quite frightfully bad". (Tim Jonze)

Finalmente, é no mundo da moda que encontramos um comentário muito interessante sobre McLaren. Alison James (www.stylenoir.co.uk) chama-lhe "o padrinho do punk", destaca o seu cariz eminentemente controverso e aponta 8 exemplos, retirados da sua vida, que considera "the top 8 of true punk behaviour":

"1) Building a shop named “sex” in 1960
2) Selling latex fetish wear with Vivienne Westwood,
3) Loosing his virginity to Vivienne Westwood
4) Getting fired from EMI records
5) Getting fired from A&M records
6) Being banned by the BBC for “God Save The Queen”
7) Being banned by the American Government from a number of states
8) Calling the ” Rock and Roll Hall of Fame” a “Piss Stain”"


Finalmente, fica o trailer do filme The Great Rock n' Roll Swindle, o "mockumentary" sobre os Pistols, realizado por Julien Temple em 1980, com a participação de Malcolm McLaren.

08 abril 2010

PASSATEMPO TARA PERDIDA 1995-2010

Os Tara Perdida estão a promover um passatempo que culminará com o sorteio e oferta de 10 bilhetes para o concerto de comemoração dos 15 anos da banda, marcado para o próximo dia 16 de Abril na Voz do Operário (Lisboa).

Para participar neste passatempo, que termina no próximo dia 11 de Abril, basta responder a 3 questões que se encontram no site oficial da banda (para ir para a página do passatempo clicar aqui ).

07 abril 2010

Revista Outsider nº 22 já disponível


Mais uma vez com um grafismo excelente e que persiste mensalmente em nos surpreender, já saiu o número de Abril da revista OUTSIDER, uma publicação mensal, de cariz D.I.Y., que se afirma como um canal importante de comunicação e divulgação musical no circuito alternativo/underground, dando a conhecer bandas e concertos que os media (persistentemente) ignoram.


A OUTSIDER encontra-se à venda, por um preço quase simbólico, em Lisboa nos seguintes locais (Bana Skateshop Carcavelos, Sample Skateshop Baixa, Clockwork, Baixa, Bad Bones, Bairro Alto) e, desde o mês passado, também em BEJA, nas Associações de Estudantes da ESEB (Escola Superior de Educação) e da ESTIG (Escola Superior de Tecnologia e Gestão).

Em alternativa, é também possível assinar a revista e recebê-la confortavelmente em casa todos os meses. Mais pormenores sobre a assinatura da revista estão disponíveis no site da OUTSIDER no myspace, em

E aqui fica um outline do conteúdo deste número 22 da OUTSIDER, avançado pela redacção da revista:

"Entrevista - Kylakancra
' Kyla em Finlandes quer dizer Vila, e Kancra vem de cancro...'

Radio 99 + Fita-Cola + My Friends & I + Strung Out
'Quase sem pausas para falar os quatro musicos em palco estiveram imparaveis, e assim estava o publico, constantemente travado por fugazes segurancas.'

Tankard + Pitch Black + Angriff
'Gerre mostrou-se um autentico animal de palco, irrequieto e sempre a puxar pelo publico... Meus caros Outsiders, foi so rir!'

Wolfmother - Cosmic Egg
'Dificilmente se encontrara uma banda com um album tao recheado de rock como este!'

R12 - Vais Ficar Parado?
'A aposta em alguns detalhes faz-se sentir e coloca R12 numa nova liga.'

E AINDA...
Face Down + Low Blow + Kontrattack + The Aster + Triplet + Lonears + Exoss + SickSin + Spiritual Way + Re-Censurados + P.H.T + From Now On + Please Die + Anchor + Overcome + More Than Hate + For The Glory + Mata-Ratos"